terça-feira, 19 de maio de 2015

A trilha do vencedor.



A vida é um conjunto de jogos,
Onde o limite é seu, não há céu.
Consiga jogadores com o mais doce mel,
Néctar que te fornecerá corpos.

Apernas forme seu exército,
Aos poucos, extraia todas as emoções,
Faça com que não precisem de noções.
Ofereça um túmulo em seu peito.

Use a arte milenar da guerra,
Implante a necessidade de você,
Crie o paraíso, os faça morrer,
Depois, implante o inferno na Terra.

Assim, viverá em sua sonhada glória
Conseguirá usufruir de sua vitória,
E, assim, cada um deles te manterá na memória.

domingo, 17 de maio de 2015

Tudo que ela queria era caminhar,
Viver sem morrer por faltar de ar,
Não temer cada olhar estranho,
Não censurar cada possível ganho.
Passar despercebida com sua beleza,
Desviar da maldade com suas destreza.
Criar seu próprio reino encantado,
Esquecer que o príncipe fora envenenado.

Tudo que ela queria era se decidir,
Saber a melhor definição para si,
Ter a estabilidade mental,
Dessa vez, não queria ser o mal.
Se livrar do seu poder da manipulação,
Não esmagar outro coração,
Enfrentar os conflitos de sua idade,
Se controlar antes que outro a enfrentasse.

Tudo que ela queria era mudança,
Voltar a ser uma criança,
Reescrever aquilo que se tornou o futuro,
Conseguir viver em um mundo maduro.
Queria novos personagens, novas caras,
Acordar e simplesmente fazer suas malas,
Partir todo dia em rumo ao novo mundo,
Não mergulhando no que se tornou sem fundo.

Já eu, só quero esquecer essas histórias,
Quero acreditar que são apenas escórias,
Me convencer de que essa é a sociedade,
Um lugar que te mata cedo ou tarde.
Que para o corrompido não há salvação,
E que mal nenhum corrompe o bom,
Mas, há tempos abandonei a religião,
Me resta sofrer por cada corpo que cai ao chão,
Saber que essas almas sofrerão ao eterno,
Um ciclo que continuará recriando o inferno.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Todas as noites um rosto me persegue
Traz sentimentos que em todo sonho permanece,
Faz com que cada lembrança se torne um mapa,
A chave para provar que a vida não é uma farsa.
Uma intervenção que confunde sonhos,
A tortura até mesmo para os demônios.

Rosto este que me persegue na intimidade,
Ser sem piedade que ataca minha sanidade,
Um vício que não quer ser superado,
O passado que não quer sair do meu lado.
A dificuldade de voltar a ver normalmente,
A eterna instabilidade da minha mente.

A recusa de voltar à um mundo cético,
De ser apenas mais um poeta métrico,
Sinto a falta de sentimento em cada poema,
A nostalgia de ter feições como tema,
Rosto esse que ainda fornece rimas,
E talvez as mais perfeitas linhas.

Em segundos, passo de ficcionista à romancista,
Juntar de dois mundos, romper de duas sinas.
Me torno criança mimada que não quer perder,
Mas, o fracasso é a feição do rosto que estou a ver,
Uma imagem que detalha todos os meus erros,
Em nossos olhos fechados, percebi todos meus medos.
.


domingo, 3 de maio de 2015

Sequelas de uma era de paz.

Vivo como um soldado faminto,
Inventando guerra para não ser extinto,
Sendo atormentado por dores fantasmas,
Mas, treinado para não derramar lágrimas

Mesmo fora da zona de risco, crio inimigos,
Me inundo em pólvora para ser digno,
Em cada mão amiga, vejo um gatilho,
Confiando apenas à bandeira da qual sou filho.

Se tornou impossível viver fora do conflito,
O medo se tornou o meu maior instinto,
O único modo de depositar confiança,
Só com ele consigo criar uma aliança.

Mesmo estando seguro, crio uma matança,
Aos poucos, me torno o maior inimigo da paz,
E nessa paranoia, aos poucos, minha mente jaz.