terça-feira, 12 de maio de 2015

Todas as noites um rosto me persegue
Traz sentimentos que em todo sonho permanece,
Faz com que cada lembrança se torne um mapa,
A chave para provar que a vida não é uma farsa.
Uma intervenção que confunde sonhos,
A tortura até mesmo para os demônios.

Rosto este que me persegue na intimidade,
Ser sem piedade que ataca minha sanidade,
Um vício que não quer ser superado,
O passado que não quer sair do meu lado.
A dificuldade de voltar a ver normalmente,
A eterna instabilidade da minha mente.

A recusa de voltar à um mundo cético,
De ser apenas mais um poeta métrico,
Sinto a falta de sentimento em cada poema,
A nostalgia de ter feições como tema,
Rosto esse que ainda fornece rimas,
E talvez as mais perfeitas linhas.

Em segundos, passo de ficcionista à romancista,
Juntar de dois mundos, romper de duas sinas.
Me torno criança mimada que não quer perder,
Mas, o fracasso é a feição do rosto que estou a ver,
Uma imagem que detalha todos os meus erros,
Em nossos olhos fechados, percebi todos meus medos.
.


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