segunda-feira, 25 de julho de 2016

Rei

Uma vez, ouvi crônicas sobre um rei,
Um ser que se tornou a própria lei,
Um plebeu que se tornou exemplo,
Alguém que viveu sobre o relento.

Ele sabia viver sem nada,
Inspirava sem precisar de farda,
Teve uma vida marcada de certezas,
Fora sempre rico, mesmo fora da nobreza.

Ele podia citar cada pequena regra,
Sabia colocar cada rédea,
Logo se tornou o juri de cada charlatão,
Mostrava ao seu povo que arriscar era em vão.

Era o exemplo de todos os fracassados,
De todos os incapazes de tomarem lados,
Sua simplicidade encantava os preguiçosos,
Àqueles que não queriam fazer esforços,
Aos que tinham preguiça de pensar,
Aos que apenas queriam ficar em seu lar.

Logo, se tornou o pesadelo dos vagabundos,
Afinal, ele nasceu na merda, mas, nunca foi imundo.
Sua imagem ascendeu sobre os deuses,
Sua glória denominava os meses.

Conquistou o reino com trabalho duro,
Com suas próprias mãos, até construiu um muro,
Isolou seu povo do mundo primitivo,
Fez questão de reescrever cada livro.

E assim, um império caiu.
De repente, já não havia mais politica vil.
Um trabalhador trouxe a verdadeira paz,
E agora, na memória da plebe, uma canção jaz:

"Óh, todos salvem ao anjo caído,
Àquele que veio nos dar um futuro nítido,
Por nós, abdicou seu trono no paraíso,
Graças a ele, morremos com um sorriso."