sábado, 6 de agosto de 2016

Crônicas de um antigo Deus. Parte 1

Nasci com sangue divino em minhas veias,
Totalmente indiferente às vidas alheias,
Mandava pragas aos que me ofendiam,
Fadava à burrice os que não me liam.
Eu era onipotente e intocável,
No inferno, meu ego se mostrou inflamável,
Não havia punição para meus atos,
Céu e inferno eram habitats natos.

Mas, eu conheci a Terra.
Vi o nascer de uma nova era.
Conheci um povo que me ensinou a rimar,
Que acolheu um deus arrogante em seu lar.
Lá fiquei sabendo que o Olimpo estava extinto,
Me contaram que o inferno sempre foi um mito.

Percebi que eu estava isolado,
No topo do mundo, vivendo igual retardado,
Esperando fé em uma crença morta,
No chão, sem saber que aquilo era a derrota.

Eu era apenas uma farsa,
Um ser sem nenhuma graça,
Mas, a Terra me acolheu.
Me ofereceu um novo eu.
Tive a oportunidade de existir novamente,
E pude, mais uma vez, ser um gigante.

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